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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Mercado vê mais inflação e resultado pior do PIB em 2016 e 2017

Previsões de inflação subiram após o BC ter mantido juros estáveis.

Analistas dos bancos deixaram de prever novas altas dos juros neste ano.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Os economistas das instituições financeiras pioraram novamente suas previsões para o comportamento da inflação e para o desempenho da economia brasileira neste ano e em 2017. Os dados são do boletim Focus, pesquisa feita pelo Banco Central junto a mais de cem bancos, divulgado nesta segunda-feira (1º).
Para 2016, a expectativa dos economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu de 7,23% para 7,26% no quinto aumento seguido. Com isso, permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas do ano que vem e bem distante do objetivo central de 4,5%.
ESTIMATIVAS PARA O IPCA 2016
Em %
6,56,646,646,76,86,876,866,876,9377,237,26em %13/1120/1127/1104/1211/1218/1224/1231/1208/0115/0122/0129/016,46,66,877,27,4
Fonte: BC
Para 2017, a estimativa do mercado financeiro para a inflação passou de 5,65% para 5,80%. Com isso, a se distanciou da meta central de 4,5% do ano que vem e se aproximou do teto de 6% do regime de metas para o período. Foi a terceira elevação seguida da previsão para 2017.
O aumento das expectativas dos analistas das instituições financeiras para a inflação aconteceu com mais intensidade após o Banco Central manter a taxa básica de juros estável em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase dez anos – em meados de janeiro.
Até poucos dias antes da reunião do Copom, que manteve os juros, o BC indicava que subiria a taxa Selic para tentar controlar a inflação, mas depois acabou deixando-a inalterada alegando baixo nível de atividade no Brasil e no mundo. Analistas que apontam que o BC sucumbiu a pressões políticas.
A autoridade monetária tem informado que buscará "circunscrever" o IPCA aos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2016 (ou seja, trazer a taxa para até 6,5%) e, também, fazer convergir a inflação para a meta de 4,5%, em 2017. O mercado financeiro, porém, ainda não acredita que isso acontecerá.
Produto Interno Bruto
Para o PIB de 2016, o mercado financeiro passou a prever uma contração de 3,01% na semana passada, contra uma retração de 3% estimada na semana anterior. Foi a segunda piora seguida do indicador.
PREVISÕES PARA O PIB 2016
Em %
-1,9-2-2,01-2,04-2,31-2,67-2,8-2,81-2,95-2,99-2,99-3-3,01em %06/1113/1120/1127/1104/1211/1218/1224/1231/1208/0115/0122/0129/01-3,25-3-2,75-2,5-2,25-2-1,75
Fonte: BC
Como o mercado segue estimando "encolhimento" do PIB em 2015, se a previsão se concretizar, será a primeira vez que o país registra dois anos seguidos de contração na economia – a série histórica oficial, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem início em 1948.
Para o comportamento do PIB em 2017, os economistas das instituições financeiras mostraram mais pessimismo e baixaram a previsão de crescimento de 0,8% para 0,7% na semana passada – também na segunda queda consecutiva da previsão.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o comportamento da economia brasileira.
Na semana retrasada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou a piora de suas estimativas e passou a prever uma contração de 3,5% para o PIB brasileiro neste ano e um crescimento zero para 2017.
Taxa de juros
O mercado financeiro reduziu sua estimativa para a taxa básica da economia no final deste ano de 14,64% para 14,25% ao ano – atual patamar da taxa Selic. Isso quer dizer que os analistas deixaram de acreditar em uma nova alta dos juros no decorrer de 2016.
Já para o fechamento de 2017, a estimativa para a taxa de juros ficou estável em 12,75% ao ano - o que pressupõe queda dos juros no ano que vem.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, a instituição tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. As taxas mais altas tendem a reduzir o consumo e o crédito, o que pode contribuir para o controle dos preços.
Câmbio, balança e investimentos
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2016 subiu de R$ 4,30 para R$ 4,35. Para o fechamento de 2017, a previsão dos economistas para o dólar permaneceu em R$ 4,40.
A projeção para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2016 subiu de US$ 37,45 bilhões para US$ 37,90 bilhões de resultado positivo. Para o próximo ano, a previsão de superávit ficou estável em US$ 40 bilhões.
Para 2016, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil ficou inalterada em USf$ 55 bilhões e, para 2017, a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 60 bilhões.
Fonte: G1 / Postagem: Blog Comando do Povo
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