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terça-feira, 24 de março de 2015

Semana Literária homenageia líder camponesa Elizabeth Teixeira em JP

Viúva de João Pedro Teixeira será homenageada em Varal Poético na Estação Cabo Branco

Cidades | Em 24/03/15 às 10h47, atualizado em 24/03/15 às 10h53 | Por Redação
Reprodução
Elizabeth Teixeira
Rodas de conversas, saraus poéticos, exposição, teatro, palestras e exibição de documentário estão movimentando a Semana Literária que foi iniciada nesta terça-feira (24), na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, e prossegue até o dia 27 de março. A entrada, como sempre, é gratuita para todas as idades.

Nesta terça-feira (24), em especial, o Varal Poético, que está inserido nas atrações da Semana Literária, apresentou o músico e compositor paraibano Adeildo Vieira e rendeu homenagem líder camponesa Elizabeth Teixeira, encerrando as homenagens ao mês Internacional da Mulher, tendo como convidado especial os estudantes da Escola de Educação de Jovens e Adultos (Eja).
O evento da Semana Literária teve início pela manhã, às 10h, com a Roda de Conversa e palestra com a escritora Eva Maia, às 14h, foi a vez da palestra com a Ana Paula Romão. No local há exposição do material impresso e exibição de documentários que falam sobre a história da Liga Camponesa no Brasil e na Paraíba.
Elizabeth Teixeira
Líder camponesa nascida em Sapé (PB). Junto com o marido, João Pedro Teixeira e outros companheiros rurais fundou a Liga Camponesa na Paraíba que tinha o objetivo de lutar pelos direitos do homem a sua terra, no campo. Lutou junto com seu esposo pela reforma agrária. Elizabeth se casou com João Pedro em 26 de julho de 1942, tendo que fugir, pois os pais eram contra. Elizabeth tinha 17 anos de idade; era a mais velha dos nove filhos de Manoel Justino da Costa e de Altina Maria da Costa.
De 1942 a 1944, o casal morou no Sítio Massangana, onde o gerente do Engenho Massangana era Luiz Pedro, tio de João Pedro, que os tratou como filhos. João Pedro ajudava o tio. Mas por discordar do tratamento que o tio dispensava aos trabalhadores, acabou deixando o roçado. Abrigou Elisabete e o bebê (Marluce) na casa da mãe dele em Sapé, e foi procurar serviço em Recife. Em janeiro de 1945, levou a família para Jaboatão, onde foi trabalhar numa pedreira.
Logo apareceram as injustiças na pedreira e João Pedro se tornou o líder dos operários. Foi se aproximando do Partido Comunista e, em 1948, começaram as reuniões em sua casa. Com o marido teve 11 filhos, alguns viu morrer de fome e uma faleceu por envenenamento. Sua vida e história passou a ser conhecida após a anistia em 1981, decretada pelo governo João Figueiredo, quando o cineasta Eduardo Coutinho produziu o documentário “Cabra Marcado para Morrer” (1981/1984). Com a ajuda do cineasta conseguiu reassumir seu verdadeiro nome, que havia trocado devido a ditadura militar, e localizou seus filhos espalhados dentro e fora do país. Hoje Elizabeth Teixeira reside em João Pessoa, com uma das filhas e tem 23 netos. Recebeu várias homenagens e sua presença ainda é constante em atos públicos, congressos e conferências acadêmicas.
As Ligas Camponesas
Foram um movimento de luta pela reforma agrária no Brasil iniciado na década de 1950, que teve como principal figura incentivadora o advogado e deputado pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) Francisco Julião (1915-1999). As Ligas Camponesas organizaram milhares de trabalhadores rurais que viviam como parceiros ou arrendatários, principalmente no Nordeste brasileiro, utilizando o lema “Reforma Agrária na lei ou na marra” contra a secular estrutura latifundiária no Brasil.

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