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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Cagepa diz que CG tem água até novembro, mas sindicato prevê colapso em março

Gerência Regional de Campina Grande e sindicato dos servidores da Cagepa divergem sobre os métodos e as garantias de que o racionamento vai assegurar o abastecimento

Cidades | Em 13/01/15 às 18h38, atualizado em 13/01/15 às 18h47 | Por Halan Azevedo
Jornal Correio da Paraíba
Açude de Boqueirão
Confronto de dados e a incerteza em até quando o açude de Boqueirão vai durar sem a captação de novas chuvas. Essa é a situação vivida pela população de Campina Grande e de outras cidades que necessitam das águas do açude para o consumo. Enquanto a Cagepa diz que a partir da adoção do racionamento, o manancial tem água garantida pelo menos até novembro de 2015, o sindicato dos trabalhadores do órgão afirma que o abastecimento está assegurado apenas até o fim de março.



Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas da Paraíba (que representa os servidores da Cagepa), Wilton Maia, os dados trazidos pela Cagepa são confusos.

“A Cagepa afirma que foram economizados, até agora, cerca de 22%. A meu ver, esse racionamento não chega a economizar tanto como a Cagepa noticiou, já que eles fazem uma avaliação levando em conta o quantitativo de água que deixa de ser tratada durante o racionamento, a chamada macro medição. Quando se inicia a semana e começa o abastecimento normal a economia vai embora com o vazamento de água, já que a Cagepa tem uma rede muito velha e cheia de vazamento, além das pessoas armazenarem mais água em casa, o que eleva o consumo”, afirmou Wilton Maia.

Wilton afirmou ainda que para se conhecer os reais efeitos do racionamento é necessário observar a medição da régua do açude que, segundo ele, vem diminuindo. “Esse racionamento é tardio e cheio de falhas. Se houvesse um racionamento durante a semana e fosse dividido pelos bairros, talvez ele funcionasse melhor. Se for observar a régua do açude durante o racionamento, a regulação continua caindo”, concluiu.

Já segundo o gerente regional da Cagepa em Campina Grande, Simão Almeida, desde o início do racionamento, já foram economizados 511 mil metros cúbicos, correspondendo a uma economia de 18,57%, com relação ao mês de novembro.

De acordo com Simão Almeida, se não houver mais chuvas, o volume morto do açude de Boqueirão será atingido em novembro, e, a partir daí, novas medidas serão adotadas. “Com o racionamento no patamar atual iremos atingir o volume morto em novembro, se não houver nenhuma recarga no açude. A partir daí, deverá estar instalada a capitação flutuante e iremos passar a segunda etapa do racionamento, onde a diretoria da Cagepa irá determinar como ele irá acontecer, mas será de forma mais intensa”, disse.

Previsão é de melhora no nível dos açudes em toda a Paraíba

De acordo com o meteorologista da Agência Executiva de gestão das Águas da Paraíba (Aesa), Alexandre Magno, a baixa do volume dos açudes é considerada normal para o período de estiagem, que termina até o fim de janeiro. A previsão é de que o período chuvoso nas regiões do estado seja melhor do que nos últimos dois anos. “Diferente dos últimos anos, temos perspectivas que as chuvas sejam melhores entre janeiro e fevereiro, sendo distribuídas com maior concentração no Sertão, Cariri e Curimatau e, após março, para o Agreste, Brejo e Litoral”, informou.

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